terça-feira, dezembro 06, 2011

O Ricardo e o vandalismo bibliotecário

Sou membro da biblioteca daqui da zona desde que abriu (há uns 4 anos +-). 
De 15 em 15 dias lá vou eu buscar 3 livros, o que verdade seja dita é muito mais em conta do que comprar tudo o que leio (estamos em crise, temos que poupar)
Sempre fui muito rato de biblioteca, gosto do cheiro a livros e essas coisas todas, e uma biblioteca tem maioritariamente Prós.
Uma coisa que sempre ouvi dizer fazer parte de toda a “mística” de uma biblioteca, é que temos a noção de que cada livro já passou por várias mãos tão diferentes (a versão politicamente correcta de um bordel portanto), e que deixam um bocadinho de si lá.

Isto era tudo muito bonito... se não fosse LITERAL.
Eu tenho muito cuidado com coisas emprestadas, do género de andar com os livros dentro duma bolsa à parte para não se sujarem/molharem/rasgarem, por isso tinha aquela sensação de que as outras pessoas que vão à biblioteca buscar livros também tivessem um cuidado especial (Da primeira vez que derramei um bocadinho de água em cima dum livro requisitado fui a correr buscar um secador do cabelo e uma toalha e fiquei meia hora a secar aquilo e a ver se não tinha deixado marca).
Oh não, não têm.

Eu cheguei a pensar que um livro mal tratado era um com a lombada demasiado dobrada, ou vincos nas páginas, mas não. Ao que parece os livros absorvem mesmo tudo. É páginas borradas, descoladas, rasgadas, manchadas, rabiscadas como se não houvesse amanhã.

Claro que eu sei que os acidentes acontecem, e obviamente que não estou a falar de coisas minimas, tipo o ocasional borrão no canto da página ou uns vincos nas páginas.
O que me irrita é levar para casa um livro que parece que esteve presente no Katrina, mesmo lá no meio.
Isto tudo porque hoje estava a ler um livro que requisitei há uns dias (águia de sangue, de Craig Russell) e chego mesmo a uma parte interessante... e faltam dez páginas ao livro.
Se fosse uma página, uma pessoa ainda se desenrascava, ia por dedução... mas são onze páginas.
Andei horas à procura do livro em formato e-book para ler as páginas que faltam, e depois voltar a ler o resto do livro. Mas não, não encontro.
Escusado será dizer que estou com ânsias assassinas direccionadas à alminha que perdeu as páginas e não avisou a bibliotecária. Aliás, até lhe vou deixar aqui uma mensagem simpática:

Tu, sim TU! Pessoa que requisitou na biblioteca municipal de Albufeira o livro acima referido e lhe tirou as 11 páginas, se eu descubro quem tu és (e se não souberes taekwondo, pertenceres a um gangue, ou tiveres uma arma) eu vou a tua casa e meto-te um ralador de queijo pelas nalgas acima.
E tenho dito.

E vocês?
Frequentam a biblioteca da vossa área de residência?
Já alguma vez vos aconteceu alguma coisa do género?
Que tipo de vandalismo bibliotecário vos traz a mostarda ao nariz?
Toca a ler comentar subscrever (e se souberem onde é que consigo ler o livro online também podem dizer que eu não me importo)
[A ouvir: A descruzada -Paus ]
[Humor: Homicida]

3 comentários:

  1. Tendo em conta que para mim os livros são amigos, digamos que gosto de ter os meus amigos por perto. Além disso, amigos não se emprestam, nem se vão buscar emprestados.

    Aconteceu-me há mais de 10 anos emprestar um livro a uma amiga da escola e o livro que ela me devolveu, apesar de ser o mesmo título, não era o meu. Como é que sei? Tinha um nome, que não o meu, escrito na primeira página. Além disso...penso que tenha sido roubado.

    Portanto, mais vale prevenir que remediar...

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  2. Detesto quando isso acontece. Há dias fui estudar para uma biblioteca aqui do Porto e estava a consultar um livro de Direito que tinha grande parte do seu conteudo sublinhado com marcador flurescente e várias anotações. Se fosse só isto, pronto, ainda era naquela visto que algumas anotações de vez em quando ate dão jeito, o pior é que também tinha para lá assinaturas e coisas do tipo "o Miquelino esteve aqui" e outras frases que tais. Fiquei possessa

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  3. Por acaso, passei a mandar vir os livros do eBay (a preços muito razoáveis), porque um livro não dura muito nas minhas mãos, logo...não posso dar muito dinheiro por ele (a não ser que valha mesmo a pena). Não tenho muita sorte porque as bibliotecas que frequento quase nunca têm os livros que eu quero.

    Nunca me aconteceu nada de extraordinariamente nojento com um livro emprestado, mas já encontrei numa biblioteca da escola um livro que supostamente já teve veneno e que fazia com que morresses numa determinada página. Ficou na minha memória.

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