quarta-feira, janeiro 11, 2012

A imutabilidade e as pessoas

As pessoas nunca mudam verdadeiramente, acho que já o disse aqui mais do que uma vez.
Podemos crescer, expandir horizontes, mudar de companhia, mas o nosso "eu" continua dentro duma casquinha, moderadamente imutável, escondido de olhares desatentos.
Há umas semanas fui tomar um café com alguns amigos que cresceram comigo.
Um café, normal, dentro dos padrões de socialização de todo e qualquer ser humano.
Falámos da vida, partilhámos momentos perfeitamente ensosos e desinteressantes dos nossos quotidianos - que como de costume trocamos porque... sim - e enquanto se perspectivavam mudanças e se falavam de novos rumos, não consegui deixar de pensar que continuamos todos iguais.
É como se ocupássemos corpos diferentes, vivêssemos outras vidas, mas continuássemos a ser nós mesmos... Na realidade é isso mesmo, embora nem toda a gente consiga ver.
Porque para quem não quer ver, nós todos mudamos muito.
 Quando crescemos parecemos outras pessoas, somos infectados por relações, trabalho, estudos, interesses políticos, gostos musicais... seguimos o caminho que escolhemos e deixamos de ter ideais que outrora nos regiam e que agora nos parecem pequenos e desadequados...
Mas somos os mesmos.
Isso costumava incomodar-me, costumava fazer-me confusão, talvez por não saber distinguir bem as coisas.
Porque se há pessoas que nunca mudam nas qualidades, nas pequenas coisas boas que as tornam únicas, Há também quem continue com a mesma pequenez de espírito por anos e anos.
E embora possa não parecer, é muito relevante.
Citando uma frase brilhante que vi hoje
"As pessoas são como são. Com uma margem de erro de 15%. Isso é o quanto as pessoas conseguem
mudar, se estiverem compenetradas. Quer seja por eles mesmo,quer seja pela pessoa que amam. Por vezes, isso é o suficiente. "

Olhem à vossa volta.
Vejam-se vejam as vossas pessoas.
Dispam-se e por baixo das camadas de experiências de vida e vejam se encontram alguma coisa radicalmente diferente.
Ui, hoje estou muito filosófico.

4 comentários:

  1. Não posso concordar contigo. Se eu olhar para a pessoa que era, por exemplo, há 20 anos atrás, eu não consigo encontrar nenhuma semelhança, nada, zero. E já nem me refiro às experiências que acabam por nos moldar, mas sim à essência, ao feitio, maneira de pensar, de agir, de sentir, tudo! Aquela Ana já não existe, por mais que eu tente procura-la. E nem falo dos outros acharem ou não (que acham!) que sou uma pessoa completamente diferente, porque na verdade ninguém me conhece a fundo. Falo por mim mesma. Eu já não sei o que é ser aquilo que eu era.

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  2. Eu não acredito em mudanças bruscas, mas com jeitinho, muita força de vontade e tempo, há coisas que se mudam.

    Eu explodia muito mais vezes. Aprendi a controlar isso. Mais ou menos...ainda está em progresso (suponho que até ao fim da minha vida XD)

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  3. Concordo ctg,Ricardo, ninguém muda assim muda. As pessoas adaptam-se umas às outras, mas no fundo continuam as mesmas, sempre.

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  4. Ana
    Como se diz em inglês, "agree to disagree".
    (Por acaso até gosto de ver pontos de vista diferentes os meus ^^).
    Não te tiro completamente a razão, pode ser que mais no futuro veja que estou redondamente enganado, mas até agora todos os exemplos que tenho levam-me a corroborar a minha teoria.
    Pessoalmente eu vejo-me uma pessoa diferente, mas basicamente a mesma pessoa.

    Afal
    Com vontade consegue-se muita coisa. Eu ainda estou a tentar mudar algumas coisas mas vamos a ver se consigo xD. Uia, és uma bomba já vi xD.

    O blog da S
    Pois é mais ou menos isso que eu acho. Nunca fogem muito aos comportamentos base e tal.

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