quarta-feira, abril 11, 2012

Como dar o nó (literalmente)

Sempre gostei de ver gravatas. 
É um acessório que dá toda uma sensação de pipizice, ou em inglês pippyness, andar com uma camisa e a bela da gravata com o imponente nó a ornamentar o pescoço é outro nível. 
Cheguei inclusive a namorar uma ou duas gravatas em lojas aleatórias, porque me parecia sei lá... fashion ter uma gravatinha, pancadas pronto.
Isto foi até ter sido confrontado com a perspectiva de ter que usar uma todos os dias e perceber que aqueles nós não são propriamente automáticos.
Não há todo aquele ritual místico entre pais e filhos como na primeira sessão de barbeação ou carnificina, como preferirem. não temos o elemento mais velho da família a dizer "vá e agora passas por baixo e por cima e blahblahblah". 
Não.
Dão-nos aquilo para a mão e vá, amanhem-se, como se dar um nó a uma gravata fosse tão natural como a própria sede.
Digamos que no primeiro dia de trabalho com a gravata ao pescoço, toda a pippyness foi substituída por toda uma sensação de enforcamento sadomasoquista e afrontamentos dignos de uma boa sessão de menopausa.
Claro, só me explicaram horas mais tarde que quando o segurança que me ajeitou a gravata me disse "aperta bem o gasganete" estava a dizê-lo num sentido metafórico, e não a pedir-me para apertar o nó até ficar sem ar e a minha voz parecer a do pato Donald.
Desde esse dia que tenho guardado a gravata religiosamente com o nó já feito e pronto a ajeitar quando visto a bela da camisa.
Até hoje, quando por engano desfiz aquela porra toda e a gravata se desmanchou nas minhas mãos como um fio de esparguete demasiado cozido.
Trouxe-a para casa inerte e inútil na mochila e pus-me à procura de vídeos no youtube a ensinar a dar nós de gravata... 
How hard could it be?
Ninguém me mencionou que há 5874657651654321 nós diferentes para atar uma bendita gravata. 
Pior que isso, ninguém me disse como os distinguir, porque sei lá, às tantas aquilo parecia-me tudo igual.
Depois do momento inicial de pânico, em que olhava para a gravata como uma freira olha para um vibrador,  resolvi pôr mãos à obra... e que obra.
Para começar atar uma gravata resume-se a voltas. pega-se numa ponta, e dá se para lá vinte voltas e aquilo acaba por ir ao sítio depois de uns puxõezinhos... ou devia, porque quanto mais puxava pior ficava.
Depois de umas 10 tentativas falhadas e de me estar literalmente a partir a rir, comecei a tirar fotos aos resultados e a postar aqui os meus próprios nós de gravata, conseguidos com a ajuda dos tutoriais do youtube:
O regador
O canapé

A serpentina
A gravata invertida
O papo seco

Eventualmente consegui um nó decente e a gravata está guardadica na mochila para só de lá sair amanhã, enquanto isso, o pensamento de comprar gravatas como acessório definha lentamente cada vez que penso que demorei quase hora e meia a conseguir o resultado abaixo.

5 comentários:

  1. Adorei os teus nos de gravata, são encantadores...
    Sabias que se em vez de veres vídeos procurasses imagens seria mais fácil e rápido aprender a fazer um nó de gravata
    Foi assim que eu aprendi a fazer o nó de gravata. até me saio melhor que o meu pai a fazer o nó da gravata...

    Ah!!! Só mais uma coisa, o nó que tu dizes estar decente, não está assim tão decente... É melhor continuares a tentar :) lol

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  2. Com o tempo isso vai ao sitio :)

    Eu peço sempre ao meu tio quando preciso e também guardo a minha com o nó feito, os mais bonitos são os nós duplos mas esses nao sei fazer :(

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  3. Este post fez-me ter um flashback de uma situação idêntica que atravessei com o nó da gravata do meu traje académico...na primeira vez que o usei o meu vizinho gentilmente mo fez e tentou ensinar-me claro que eu nunca mais o desfiz e não prestei grande atenção...até ao dia que a minha gravata precisou de ir para a lavandaria e veio sem nó, sem vizinho à vista nem ninguem que soubesse do assunto a solução foi msm o recurso à net...apareceram-me mil e um resultados com diferentes nós cada e eu completamente stressada porque já estava atrasada para o jantar de curso, a sorte foi uma amiga ter encontrado uma fotografia onde explicava passo a passo e dps de várias tentativas a gravata ficou decente até eu encontrar alguém que a "ajeitasse"...=P

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  4. =) Tal como a Ana Sofia, eu precisei de fazer um nó à minha gravata do traje académico. Foi o meu avô quem o fez. Fez umas 3 vezes para que eu visse e aprendesse. Não aprendi. Mas também se tivesse aprendido, teria feito como se não tivesse, só para lhe dar o gostinho de voltar a fazer o nó da minha gravata.

    A gravata nunca irá para a lavandaria, e ele nunca mais me fará o nó.

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  5. É a grande vantagem de se ser rapariga. Não ter de usar gravata nem de fazer nós. Tal como a Ana Sofia e a Ana B, a única gravata que tive que usar foi a do traje e foi o meu irmão que fez o nó. Confesso que nem me dou ao trabalho de tentar aprender: reservo-me no direito de não fazer e pronto. Resultado: acho que em 4 anos, a gravata só teve direito a dois nós, feitos pelo meu irmão ;)(para alguma coisa ele tem que servir :P)

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